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Famílias pedem plano de ação para crianças com deficiências em Várzea Paulista

Maioria das famílias atípicas tem filhos autistas e necessita de maior apoio da Prefeitura de Várzea Paulista para a inclusão plena nas escolas, atendimento especializado e plano de ação

Um grupo de mães, pais e outros familiares, denominados ‘famílias atípicas’ (pais cujos filhos têm um desenvolvimento que foge do esperado, do típico, do padrão considerado normal), neste caso, que possuem filhos com alguma deficiência, quer seja física, mental, autismo, se reuniu com gestores de Várzea Paulista das áreas Educação, Saúde, Social e PCD, na quarta-feira (31) para levar várias demandas e reivindicações que o grupo entende ser prioritário para as crianças e que se apresentam deficitárias no município.

“Quero, antes de tudo, agradecer aos gestores que se propuseram a nos atender e ouvir as nossas necessidades, como mães e pais de crianças com deficiências”, destacou Sue Ane Santos, integrante do grupo. Ela citou como exemplo que, a cidade não tem um local específico para atendimento de autistas, nível 1. “A Apae de Várzea Paulista atende apenas os autistas nível 2 e 3 com comorbidades e os casos mais graves e os com graus mais leves, vão para a rede municipal”, destacou, enfatizando que na maioria das escolas municipais, há poucos profissionais capacitados para a função. “Com isso, estes alunos ficam sem uma assistência específica, sem um estagiário ou mesmo professores especializados. Muitos deles, nem sabem o que é autismo. O que queremos é uma inclusão plena, com toda estrutura para as crianças, como garante a Lei nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012, Artigo 3º, paragrafo único que diz: Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art.2º, terá direito a acompanhante especializado”, pontuou. “Precisamos de um centro de atendimento especializado com psicólogo ABA, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional com integração sensorial”. Ela disse ainda que nas escolas municipais, as crianças sofrem bullying, as famílias não são assistidas. “Não há um projeto que assista estas mães, que ficam desesperadas e até doentes. É preciso fazer campanhas de conscientização e esclarecimento sobre o autismo, para que alunos e a sociedade entenda o espectro autista”.

Saúde
Em relação à Saúde, as mães dizem que na rede municipal, existe apenas um médico neuropediatra e isso acaba ocasionando uma enorme fila de até mil pacientes com espera por anos para passar com este especialista e isso atrasa o desenvolvimento da criança. “Nosso grupo trouxe para o encontro, algumas ideias para melhorar os problemas, como orçamentos de clínicas para capacitar profissionais e estagiários, para atender as crianças. Cursos e outras opções não só para autismo, mas para outras deficiências, para que a escola passe a ser realmente inclusiva”, argumentou, enfatizando que o intuito é buscar soluções em caráter emergencial para o atendimento das crianças em nível 1 e cita como exemplo, a cidade de Campo Limpo Paulista, que terceirizou o serviço no município. “Se a prefeitura nos oferecesse um espaço, conseguiríamos trazer um serviço que poderia minimizar esta carência que temos na cidade”.

Soluções conjuntas
A integrante destacou ainda que o grupo está levando estas dificuldades para que a prefeitura, através de suas unidades gestoras busquem soluções conjuntas em cada área de atuação. “A busca por soluções precisam caminhar juntas. Tanto Educação, quanto Saúde, Social e PCD precisam trabalhar unidas e, esta primeira reunião, foi para que os gestores nos escutem e nós vamos dar um prazo para que nos apresente um plano de ações do que pretendem fazer a curto, médio e longo prazo”. “Além disso, a reunião objetiva ainda, mostrar que os direitos das pessoas com deficiência e de pessoas com transtorno do espectro autista TEA, já estão garantidos em lei o que torna a nossa reunião ainda mais justa e necessária”, finalizou. “Eles nos solicitaram um prazo de 40 dias para apresentar um plano de ação que contemple as nossas necessidades”.

Plano de ações
Na avaliação do gestor municipal para a Pessoa Com Deficiência, Adriano Pavan, a reunião foi bastante positiva e as reivindicações são importantes para que o município possa melhorar o atendimento às pessoas com deficiências. “Este grupo é importante para que o município busque alternativas e soluções para os problemas apresentados”, enfatizou, destacando que todas as unidades gestoras estarão trabalhando em conjunto. “Já iniciamos reuniões entre as unidades gestoras e vamos buscar experiências em outras cidades, mas garanto que o nosso objetivo é buscar as soluções necessárias. Pedimos um prazo ao grupo de 30 a 40 dias, para apresentarmos um plano de ação”, explicou.

Algumas dificuldades
O gestor também falou sobre a dificuldade de encontrar profissionais para atendimento de crianças autistas como técnico em terapia ocupacional, psicólogos, fonos, que são os pilares no atendimento e acompanhamento do autista. “São poucos os profissionais que se interessam em realizar cursos nesta área. E a falta destes profissionais é uma das maiores dificuldades”, enfatizou.

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