Destaque 2Sem categoriaVariedades

Por que casais com décadas de união estão se divorciando?

Os chamados ‘divórcio cinza’ estão aumentando no Brasil e divisão de bens se torna uma preocupação

A frase ‘até que a morte nos separe’ já não é tão forte quanto parece. Isso por que, está aumentando muitos os casos de ‘divórcio cinza’, ou seja, casais com décadas de união estão resolvendo se separar. De acordo com dados do IBGE, cerca de 30% dos que se divorciam no Brasil estão na faixa dos 50 anos. Conforme estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 30% dos divórcios registrados no Brasil ocorrem entre pessoas que correspondem a essa faixa etária.

De acordo com especialistas, esse crescimento está relacionado a mudanças sociais, maior independência financeira das mulheres e novos modelos de relacionamento. De acordo com a sócia e co-fundadora do PHR Advogados e especialista em Direito de Família e Sucessões, Amanda Helito, o divórcio na terceira idade traz desafios particulares, especialmente no aspecto financeiro. “Diferente de casais mais jovens, que ainda têm tempo para reconstruir suas finanças e carreiras, aqueles que se divorciam após os 50 ou 60 anos podem enfrentar dificuldades para manter o padrão de vida. Questões como divisão de bens, pensão e previdência se tornam ainda mais relevantes nesse contexto”, explica.

Além do impacto financeiro, há também um componente emocional significativo. Muitos casais enfrentam sentimentos de solidão, recomeço e até mesmo pressões familiares. “O estigma em torno do divórcio tardio está diminuindo, mas ainda há uma forte carga emocional envolvida. O apoio psicológico e familiar pode ser essencial para que essa transição ocorra de forma mais saudável”, acrescenta Patricia Valle Razuk, especialista em Direito de Família e Mediação de Conflitos.

Outro ponto fundamental é o planejamento patrimonial, na visão de Patricia. Torna-se cada vez mais primordial que casais que estejam considerando a separação revisem seus testamentos, seguros de vida e planos de aposentadoria. “Muitas vezes, o cônjuge estava inserido no planejamento financeiro do outro, e a separação pode exigir ajustes imediatos para evitar prejuízos a longo prazo”, alerta a especialista.

Diante desse cenário, a recomendação é a de que quem está considerando o divórcio na terceira idade busque orientação jurídica e financeira adequada. “O mais importante é garantir que a separação ocorra de forma justa e equilibrada, preservando os direitos e a dignidade de ambos os envolvidos. Com planejamento e apoio, é possível encarar essa fase como um novo começo e não como um fim”, conclui Patrícia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verified by MonsterInsights